Prefiro os cínicos,
Fantasiados de cão,
Aos intelectuais burgueses
Travestidos de patrão.
Prefiro os loucos,
Aos convencionais,
Superficiais,
Sem idéias profundas.
Viagens mais que utópicas
Desejos e verbos sempre,
No imperativos,
Vivo.
Grito aos céus,
Prefiro os que gritam,
Dos que calam,
Os que externam, sofrem,
Os que se calam sofrem mais.
Prefiro os casuais,
Espontâneos
E nesses seres autênticos,
O desejo de poder mais.
Prefiro o capaz,
De viver errante ao,
Complacente
Que vive ermo,
Idiota!
Prefiro os humildes,
Pois se reconhecem
Em seus defeitos,
Engrandecem-se nas qualidades.
Por fim, prefiro os sonhadores,
Sonhadores despudorados,
Que como eu escrevem sinas,
Poesia da carne,
De cada dia.