quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Envelheço na Cidade
Ali encostada numa parede uma senhora vende rosas, cor de rosa e se não fosse pelo pleonasmo ela pouca diferença faria para qualquer um. Um motorista que canta as canções de um destino que não seguiu, que não pode seguir. Aplausos no meio de condução.
Um senhor tic nervoso, que toma rápido uma média e manipula freneticamente seu celular a espera de algo, que ele nunca saberá o que é.
Um garoto, que anota em um bloco de capa preta, à caneta todos os estímulos que seus sentidos podem captar e o que não tem sentido também. Frio e vento, solidão e retiro, tudo ao redor está envelhecendo, enferrujando e distorcendo, a sua própria visão se distorceu. Nem alegre nem triste, nem pessimista ou idealista, o garoto queria ser como o vento, ser sem aparecer.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Saudade demais

Não desejo ser saudosista,
Mas a saudade em nós,
É recorrente,
Sentimentos ou palavra.
Nos transporta a nossa brasilidade,
Abre nossa caixa de Pandora,
Repleta de reminiscências de
Um período, que insiste em se alongar.
Caminha passo a passo,
A um novo velho passado,
Recordações de recordações,
Sentimentos tortos, emoções
Esperando nova tintura,
Do presente que
Somos capazes de construir
Com saudades
Carinho.
Do que já aspiramos,
Com vontade de aspirar mais!
Ai que saudade, de mais!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Não Sobre o amor

Quero, perto e longe tu
Deste meu peito que clama
Tua presença. Se acalma
Com a distância, por que tu?
Que procuro, sul ou norte?
No meio dos pólos, procuro
Leste ou oeste? A morte,
Quem sabe a tropeço,
Ela me enreda, eleva
Acima deste mundo, de
Perdidos como eu e ela.
Na linha tênue, linha fina de
Se apaixonar, se perder
Enlouquecer nosso amor.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Vários
Como é imprevisível homem!
Vira cego pelo dinheiro,
Vira o que for,
Baseado em sua hipocrisia.
Como você é imprevisível é homem!
Consciente e crítico,
Esconde-se, no véu,
Do chumbo e do medo.
Como você imprevisível, é homem!
Contraditório,
Da uma mão, ergue...
A outra para bater.
Como você imprevisível, é homem?
Sem lugares comuns e clichês,
Extrovertido e reservado,
Como pode?
Imprevisível homem
De sentimentos puros e bons
Qual sua cultura?
Quais suas perguntas?
Imprevisível?
Não sei mais...
sábado, 2 de janeiro de 2010
Popular
Fica o dito pelo não dito,
Escrito pelo escrito,
Retalhos distribuídos
Da mesma cor.
Coloridos por você,
Que lê, que recria.
Que move, ator...
Principal.
Eu? Coadjuvante!
Canal de expressão,
E alguma estética pessoal
Poeta aqui, a sua disposição.
Livro, paciência,
Tudo seu!
Basta-me um pouco de simpatia
E um sorriso aberto...
De resto é o dito pelo não dito,
Escrito pelo escrito,
E o resto.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Epitáfio
Quero que nasça,
Em cada um,
Aquilo, que cultivei em meus dias.
Quero, que se incomodem,
E não chorem.
Desejo que ouçam
Seus chamados.
Saiam do armário,
Para a luta,
Para o eterno questionamento,
Emergindo, um eterno renascimento.
De nossas utopias,
Nossas almas,
Nossas mortes.
domingo, 11 de outubro de 2009
Prefiro
Prefiro os cínicos,
Fantasiados de cão,
Aos intelectuais burgueses
Travestidos de patrão.
Prefiro os loucos,
Aos convencionais,
Superficiais,
Sem idéias profundas.
Viagens mais que utópicas
Desejos e verbos sempre,
No imperativos,
Vivo.
Grito aos céus,
Prefiro os que gritam,
Dos que calam,
Os que externam, sofrem,
Os que se calam sofrem mais.
Prefiro os casuais,
Espontâneos
E nesses seres autênticos,
O desejo de poder mais.
Prefiro o capaz,
De viver errante ao,
Complacente
Que vive ermo,
Idiota!
Prefiro os humildes,
Pois se reconhecem
Em seus defeitos,
Engrandecem-se nas qualidades.
Por fim, prefiro os sonhadores,
Sonhadores despudorados,
Que como eu escrevem sinas,
Poesia da carne,
De cada dia.